domingo, 20 de novembro de 2011

CORDEL BAIANO EM NOVO ENCONTRO

Ocorreu hoje, 20/11, o II ENCONTRO DE CORDELISTAS, na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, em Nazaré, com as presenças dos poetas José Walter Pires, Creusa Meira, Pilô, Antonio Barreto e Jotacê Freitas. O tema desta vez foi a CONSCIÊNCIA NEGRA NA LITERATURA DE CORDEL e José Walter Pires, membro da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, iniciou falando da discriminação que sofre até hoje a Literatura de Cordel, sendo considerada ainda uma literatura menor e sem qualidade poética ou literária. Falou também da importância da união dos cordelistas para diminuir este preconceito, levando a verdadeira Literatura de Cordel para a sala de aula fomentando novos leitores e a necessidade da criação de um espaço específico para o Cordel em Salvador.

Sua fala foi endossada por todos os presentes, inclusive com um desabafo de Antonio Barreto sobre os critérios de seleção para a participação na Bienal do Livro, evento em que todos querem participar e se mostram cordelistas, mas em outras oportunidades fogem à responsabilidade da manutenção e preservação deste gênero. Afirmou também não ter sido convidado para opinar sobre quem deveria ou não estar na programação, revelando já ter sido convidado para curador por duas vezes mas rejeitou a função por não ter o perfil adequado para a tarefa. Creusa Meira e Pilô, se consideram novatos na área mas gostariam de ver os cordelistas e o cordel ocupando mais espaços. Jotacê corroborou com as falas anteriores sem levantar polêmicas, mas informou que valoriza o ‘cordelista’ como Poeta desde a época do SOPA, jornal literário editado em 2004/05, em parceria com amigos poetas, onde já denominava, em sua coluna sobre Cordel, todos os autores como Poetas. Frisou também que os estudos universitários, conforme lembrou Zé Walter, são centrados nos clássicos e em informações antigas, cometendo falhas sobre a produção contemporânea.

Após o debate, foi realizado um recital com os poetas declamando seus versos. Zé Walter aproveitou para fazer comentários críticos sobre a obra de Antonio Barreto e a Peleja escrita por ele e Creusa Meira, demonstrando como as imagens poéticas e o ritmo são características também do cordel. Pilô, que cantou à capela cordéis de autoria de seus irmãos Moraes e Zé Walter, fez um show à parte, alegando ser a música um recurso para a memorização e foi acompanhado pela plateia nas palmas e no coro do ‘barangandam”. Creusa lembrou que dia 19/11, foi o Dia Nacional do Cordel, em lembrança a Leandro Gomes de Barros e falou da sua luta no movimento sindical e feminista, e para homenagear o Dia da Consciência Negra leu um poema escrito especialmente para o evento. Antonio Barreto cantou em ritmo de repente trechos de cordel sobre Zumbi, Mestre Bimba e Maria Felipe, fazendo em seguida distribuição de folhetos. Jotacê leu o folheto “O Negro lutou pra burro pra ser alguém na Bahia”, recordando a Revolta dos Malês, ocorrida em 25 de janeiro de 1835, um dos marcos históricos da resistência negra contra a escravidão no Brasil.

Rosana, Diretora da Biblioteca Monteiro Lobato, agradeceu a presença de todos, enfatizou que será criada uma Cordelteca e fez um convite para um lanche especial, encerrando o evento.

domingo, 6 de novembro de 2011

CORDEL BAIANO NO ENCERRAMENTO DA 10ª BIENAL DO LIVRO

O poeta, Jotacê Freitas, foi o representante do cordel neste último dia de Bienal. Às 20:20, ele entrou na arena, após a leitura de um épico Lírico de Mariana Ianelle, que marcou presença por duas vezes na Praça com sua prestigiada poesia. Antes, esteve no palco, o Coletivo Poético, com Marcos Peralta, André velame e Tiago Oliveira, que recitou o Cordel do gato Preto.
Jotacê, iniciou com a leitura do 'HOMEM QUE MIJA SENTADO DÁ MAIS PRAZER À MULHER', para em seguida fazer uma homenagem aos poetas mortos e vivos, presentes e ausentes, da Praça de Cordel e Poesia, inclusive abrindo espaço para Creusa Meira, que defendeu a cota de 30% para as mulheres cordelistas. Sua apresentação durou exatamente 22:32, agradando a plateia que se divertiu com as sátiras aos nossos costumes baianos. Logo em seguida o poeta foi autografar os livros BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES, O REI CEGO E OS FILHOS, e os folhetos: HOMEM QUE MIJA SENTADO DÁ MAIS PRAZER À MULHER, A MIJADA DO BAIANO DERRUBA CONCRETO ARMADO.
A noite foi encerrada com um show de Amadeu Alves e Fabrício Rios.
Esta 10ª Bienal foi um grande maratona que nos deixou grandes lições para aperfeiçoarmos a 11ª, se for este o interesse da Secretaria da Cultura, suas fundações e autarquias.

sábado, 5 de novembro de 2011

CORDEL NOS BASTIDORES DA 10ª BIENAL DO LIVRO

Neste sábado da 10ª Bienal do Livro da Bahia, o Cordel teve muita agitação nos bastidores da Praça de Cordel e Poesia. Estudantes da Nigéria, que fazem intercâmbio na UFBa, vieram apenas para conhecer a nossa literatura narrativa. Estavam ciceroneadas pelo Prof. Rafael, também intérprete. Compraram folhetos, pediram que recitássemos e se encantaram com a riqueza rítmica da poesia e a xilogravura feita na hora por Luis Natividade e Gabriel Arcanjo. Antonio Barreto ainda improvisou algumas cantorias no pandeiro e Franklin mostrou toda a magia e influência da África em nossa cultura através dos seus folhetos. Luis Natividade recebeu os amigos Maurício, Eliana e o filho Uala. Jotacê clicado com a arte-educadora Dulcenea e o filho Pedro.

À noite, os recitais na Praça de Cordel e Poesia, foram comandados por Cleberton Santos, pois José Inácio estava participando com Lita Passos, do Fale com o escritor; e logo depois mediou, no Café Literário, o debate POESIA, SEMPRE VIVA, com Ângela Vilma, Antônio Brasileiro e Mariana Ianelli. Ao assumir a festa da poesia Cleberton cantou Fernando Pessoa no ritmo do repente,acompanhado pela flauta doce de Alberto Lima, lembrando que o poeta português, símbolo da nossa língua, tinha uma grande ligação com a cultura popular. Subiram ao palco: Edson Oliveira, Érika Azevedo, Karina Rabinovitz, Fabrícia Miranda, Ivan Maia, que também entoou versos de cordel, e Lívia Natália. José Inácio Retornou, mas desta vez para o banco da Praça ao lado de Mariana Ianelli. Como sempre declamou seus versos uma força inspiradora e associou os versos das Sete Musas ao canto de cordel. Presentes também, o irmão João Lourenço, a cunhada Dulce Vilas Boas e o sobrinho Juan. Num momento de descontração o poeta demonstra seu amor pela esposa e artista plástica Walkíria, ilustradora dos seus livros.

Luis Campos, o Blind Joker, conhecido na internet por seus cordéis cômicos e em defesa da causa dos cegos, vompareceu á feira para visitar os amigos e colegas, prometendo para em breve lançar em folhetos diversos poemas de cordel já divulgados por ele no blog: cordelandia.blogspot.com

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CORDEL NA 10ª BIENAL DO LIVRO?


A oitava noite na Praça de Cordel e Poesia, na 10ª Bienal do Livro, foi uma decepção para os amantes do Cordel. O esperado Hélio Alves Teixeira não é um cordelista, mas um cidadão de 65 anos, com uma história de vida singular que ele sentia necessidade de contar, mas o tempo e o espaço não eram convenientes, mesmo assim o curador José Inácio permitiu que o espaço oficial reservado a ele fosse utilizado com o máximo de poesia. É uma alegria ver uma pessoa com tanta experiência experimentando os caminhos da literatura. Infelizmente a Secretaria de Cultura e a Fundação Pedro Calmon não foram criteriosas ao analisar o caso da indicação do senhor Hélio como cordelista. Ainda se mantém o pensamente tacanho de que Cordel é apenas rimar e basta que uma pessoa com pouca escolaridade realizar esta proeza para ser credenciada como poeta. Não é toda hora que surge um Zé da Luz ou um Patativa do Assaré, que apesar de pouca escolaridade, tinham uma ampla visão de mundo, sensibilidade poética e técnica de escrita. Tivemos uma surpresa com uma embolada cantada por José Inácio acompanhado ao pandeiro por Alberto Lima e um cordel no recital de Julio Lucas com Cleberton Santos, Vladimir Queiroz e João Vanderlei de Moraes Filho

Quem marcou presença pela manhã foi o poeta, repentista e músico Bule-Bule, que veio visitar sua Biboca Cultural, administrada por Zuzu Oliveira e Del Marques. Os amigos e colegas foram cumprimentá-lo e lamentar sua ausência. Ele também lamentou a ausência de repentistas na Praça de Cordel e Poesia, o que foge completamente da tradição. Ícone da Literatura de Cordel na Bahia, Bule-Bule, ao ser reconhecido por crianças e estudantes, sentou-se começou a declamar sua poesia. A imprensa também o assediou quando soube da sua presença.

Sabemos que a união das Praça do Cordel com o Porto da Poesia, deu-se por conta da redução de custos, mas a campanha de vários poetas para a retirada do nome Cordel do nome do espaço é negativo para o nosso movimento cultural. Claro que Cordel é poesia, talvez o pai de todas as poesias que transitam na oralidade, na musicalidade e até na escrita, mas a utilização de apenas o termo “Poesia”, seja para uma praça ou terreiro, seria discriminatória e uma forma de afastar “os feirantes” da área. É salutar manter o nome Cordel, com a utilização do espaço diurno, matutino e vespertino, para os repentistas e cordelistas, ficando a noite para a poesia moderna, canônica e de verso livre. Senão, o melhor seria separar as duas praças como ocorria antes, com uma curadoria para cada, sendo que a do Cordel deve valorizar os poetas baianos, sem trazer foheteiros de outros estados.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

CORDEL ABRILHANTA A 10ª BIENAL DO LIVRO DA BAHIA

Hoje, 03/11/, a 10ª Bienal do Livro da Bahia, teve Literatura de Cordel em dose dupla, com Alberto Lima e Maviael Melo. Aliás, desde a primeira sessão de poesia, o poeta Darlon Silva, apresentou uma bela performance com Cordel de Patativa do Assaré, seguido por José Inácio Vieira de Melo, que está sempre cantando aboios e declamando cordéis.

A terceira sessão foi aberta por Alberto Lima empunhando seu pandeiro e cantando uma embolada e logo em seguida convocando ao palco a poeta, Sueli Valeriano, que veio fazer sua estréia como cordelista neste Bienal e está encantando a todos com seus versos e presença performática. Alberto Lima também recitou Castro Alves e versos livres numa invasão aos assentos do espaço, provocando um desconserto em todos os presentes até que entenderam que fazia parte da apresentação, o seu livro foi distribuído para que os presentes pudessem acompanhar a leitura dos poemas.

Em seguida, o cantador, Maviael Melo, subiu ao palco com a atriz Tina Tude. Declamando e cantando, Maviael mostrou por que é um dos cantadores mais respeitados da atualidade, suas músicas tem a herança do trovador medieval com o lirismo áspero do sertanejo. Ele também lançará, dia 04/11, o livro Ciclos, a partir das 21 horas, no stand da Livro.com.

Tina Tude, revelou não ser poeta, mas que estava ali como porta voz do seu pai Tude Celestino, autor de uma trilogia intitulada “Ás de Ouro”, que não é cordel mas tem um estilo bem nordestino acentuado pela dramatização perfeita e emocionante que ela faz.

Amanhã, 4/11, é o dia de conhecermos o poeta Hélio Alves Teixeira.

JURIVALDO ALVES E A MALA DO CORDEL

Nascido em Baixa Grande, Jurivaldo Alves, 65 anos, radicado em Feira Santana, desde os 17 anos, desenvolveu diversas atividades, até tornar-se um folheteiro, em frente ao Mercado Popular de Feira de Santana. Com a prática recitativa de vendedor de cordéis, artista de circo e ótimo contador de histórias, Jurivaldo, aos poucos foi escrevendo seus próprios folhetos e hoje já conta com vários títulos publicados. Jurivaldo Alves, participa de vários eventos culturais em todo o Sertão baiano e faz palestras sobre cordel e a importância do folheteiro como divulgar desta tradicional poesia popular. No folheto O MILAGRE DA BOLEIA, ele narra suas desventuras na estrada quando era caminhoneiro. Esta sua prática acabou contaminando sua filha patrícia Oliveira, 35 anos, que depois de realizar pesquisa sobre Lampião a seu pedido, passou a escrever folhetos e possui dezenas deles publicados, inclusive o sucesso HISTÓRIAS DE PRINCESAS.

Na 10ª Bienal do Livro, o poeta e folheteiro, Jurivaldo Alves, pisa o tapete vermelho com sua Mala de folhetos raros e clássicos, de autores baianos e também de outros estados do Nordeste.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

LANÇAMENTO DOS LIVROS"BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES" E "O REI CEGO E OS FILHOS MAUS" NA 10ª BIENAL DO LIVRO DA BAHIA

O poeta, Jotacê Freitas, realizou neste dia 02/11/11, o lançamento dos livros "BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES" e "O REI CEGO E OS FILHOS MAUS", na 10ª Bienal do Livro da Bahia, no Espaço Ruy Espinheira Filho, a partir das 16 horas.
"BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES" é uma antologia com 21 folhetos em que Salvador e Senhor do Bonfim são cenários para diversas histórias picarescas criadas a partir de fatos reais.
"O REI CEGO E OS FILHOS MAUS" é uma adaptação para a literatura de cordel de um conto popular que envolve elementos mágicos e foi contemplado com o 'Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel - Edição Patativa do Assaré, promovido pelo MINC - Ministério da Cultura.
Diversos amigos e leitores compareceram e na oportunidade, o poeta, homenageou Antonio Vieira, criador do Cordel Remoçado e incentivador da sua carreira, através de sua viúva Coaracy Vieira, e os amigos e parceiros Franklin Maxado e Antonio barreto.
As imagens foram captadas pela artista plástica Walkíria de Andrade Reis Freitas, ilustradora dos livros e musa do poeta.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

NOVO CORDEL BAIANO NA 10ª BIENAL DO LIVRO

Nesta quarta-feira, 02 de novembro, o poeta bonfinense, radicado em Salvador, Jotacê Freitas, fará o lançamento do romance de cordel "O REI CEGO E OS FILHOS MAUS", contemplado com o Prêmio Mais Cultura 2010 - Edição Patativa do Assaré, com apoio do MINC - Ministério da Cultura, no Espaço Ruy Espinheiro Filho, na 10ª Bienal do Livro.
No mesmo espaço e momento, será lançado também a antologia "BAIANICES, BAIANADAS E BAIANIDADES", com 21 histórias retratando o modo de vida baiano a partir de fartos reais ocorridos em Salvador e em Senhor do Bonfim, terra natal do poeta. O Valor do livro é de R$ 20,00 e o romance R$ 5,00, ao adquirir os dois, o leitor terá um desconto de 20%, totalizando R$ 20,00. Este livro é uma produção independente e conta com a impressão, edição e apoio da Editora e Gráfica VENTO LESTE.
Na oportunidade, Jotacê Freitas, homenageará Antonio Vieira a partir de epígrafe na abertura do livro, e os amigos e colegas Franklin Maxado e Antonio Barreto.