quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

CORDEL BAIANO NO CINEMA BAIANO

 A controversa história da Guerra de Canudos, final do século XIX, no arraial fundado pelo líder místico Antonio Conselheiro, dizimado por tropas militares, ganha uma nova versão cinematográfica. Com direção de Manoel Neto, professor e coordenador do CEEC – Centro de Estudos Euclides da Cunha; fotografia de Roque Araújo; montagem de Ilo Alves; e uma performance do poeta Antonio Barreto apresentando a narrativa com versos de cordel. O filme foi lançado no último dia 17 de dezembro na Sala Walter da Silveira, nos Barris. Mais detalhes, clique abaixo:


Clique na imagem para ler o folheto.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

BIBLIOTECA INFANTIL HOMENAGEIA CORDEL BAIANO!

 A Biblioteca Infantil Monteiro Lobato realizou o 3º Encontro de Cordelistas no último domingo, 29/12, em sua sede em Nazaré. A dirigente, Rosane Rubim, iniciou os trabalhos convidando os poetas presentes para uma roda de conversa na presença de uma platéia formada por crianças, jovens e adultos. Anunciou a homenagem ao cordel por sua importância cultural e a ligação dos poetas com a instituição. A Monteiro Lobato foi a primeira biblioteca pública a montar uma cordelteca em Salvador e a inaugurou durante o 2º Encontro de Cordelistas em 2011.

 Franklin Maxado Nordestino, poeta e artista plástico, não necessitou de apresentações. Falou da sua alegria por estar entre jovens leitores e autores e ao lado de amigos de luta na manutenção da resistência do cordel baiano. A trajetória de Franklin perpassa a história da Literatura de Cordel no Brasil, de Feira de Santana ao eixo Rio-São Paulo, feiras livres e livrescas, em todo o Norte e Nordeste, América Latina e Europa; com a experiência de ter publicações lançadas na França, Japão e Portugal, Maxado é um ícone para as novas gerações. Para o encontro ele levou seu repertório atual com cerca de 50 títulos de uma obra com mais de cinco centenas de folhetos, livros e xilogravuras.
CLIQUE NA IMAGEM E ASSISTA BARRETO E RAISA CANTANDO O CORDEL EM PARIS.
 Em seguida, Elton Magalhães, também professor de literatura, exaltou a importância da leitura, da biblioteca e do cordel para a sua vida. Natural de Castro Alves, nascido no mesmo dia em que nasceu Leandro Gomes de Barros, Elton é um poeta urbano, do asfalto, que qualifica o cordel baiano no mesmo patamar da produção nacional.
Antonio Barreto é um grande incentivador destes encontros e participa de projetos junto à biblioteca. Declamou cordel, interagiu com as crianças e, como bom professor, deu uma aula estimulando a leitura e a produção literária. Expôs, junto a outros folhetos, o pitoresco APELIDOS Y APELIDOS DO POVO DE SANTA BÁRBARA e o francês L'ARRIVÉE DE PAUL ZUMTHOR AU ROYAUME DE L'INFINI uma tradução para o francês do cordel A CHEGADA DE PAUL ZUMTHOR NO REINO DO INFINITO, realizada pela franco-brasileira Raisa França Bastos. Neste cordel, Barreto, assume uma mediunidade literária e com ajuda de um anjo-guardião,  discorre sobre a experiência criativa, vida e obra de Paul Zumthor, homenageado pela Universidade Nanterre - Paris 10 no seu Centenário. Finaliza agradecendo e elogiando os pesquisadores zumthorianos.
                            
 Zuzu Oliveira, matrona do cordel, fez sua carreira em feiras e festivais de repentistas. É vice-presidente da Ordem dos Poetas de Literatura de Cordel da Bahia e lamentou a falta de mais encontros assim, para falarmos sobre cordel, nossas experiências e produções. Fez um convite para que ingressássemos na Ordem, nos organizássemos e divulgássemos unidos em feiras e eventos autônomos e afins.
A pesquisadora, Andrea Betânia, nos lembrou do projeto de lei proposto pelo IPHAN para o tombamento do cordel e do repente como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Louvou a iniciativa da biblioteca e declarou sentir-se em casa quando está entre cordelistas, pois além de ser seu objeto de pesquisa, conseguiu criar laços de amizade com os poetas.
João Augusto chegou com a mala cheia de novidades: um novo livro sobre Anísio Teixeira, selecionado entre os 10 melhores de 2015 pelo Prêmio Jabuti; uma proposta de licença para o comércio de cordel em todas as feiras do estado através da UPB; e reafirmou sua tendência a caçar e escrever sobre lobisomens, ou melhor, lubizone, conforme registra nos cordéis O LOBISOMEM FILMADO EM SÃO GONÇALO DOS CAMPOS e O LUBIZONE QUE APARECEU EM BARROCAS.
                             
 Sempre apresentando histórias pitorescas baseadas em fatos reais, envolvendo a si mesmo e seus amigos, Pilô, poeta e músico, nos brindou com a historia NO TROTE DE KID e, após leitura, cantou à capela uma de suas novas canções com letras anexadas ao folheto.
Jotacê Freitas, de Senhor do Bonfim, falou do seu contato inicial com o cordel na feira, mas discorda de que atualmente este seja o lugar dele, deixou de ser popular neste sentido, acredita que o rumo do cordel passa pela escola em todos os níveis. Citou sua nova coleção Recordelizar é viver,com relançamento de folhetos de ocorridos nos últimos quinze anos e leu o folheto FUI ROUBADO E NÃO DEI QUEIXA POIS SEI QUE JEITO NÃO TEM!

 Encerrando a roda de conversa, Creusa Meira, lembrou-se dos encontros anteriores, da importância desse momento não só para os poetas mas também para o público leitor que pode ter esse contato direto com seu autor favorito. Reafirmou a importância da união da classe, citou seus poemas políticos lançados na internet e encerrou sua participação lendo um cordel infantil de José Walter Pires.
Presente também ao evento, Walkíria Freitas, artista plástica, ilustradora de cordeis e arteterapeuta, elogiou os organizadores do evento e leu um dos poemas do seu livro “Brincando de fazer poesia’.
Após tanto papo, foi a vez das crianças apresentarem sua arte em um belíssimo sarau coordenado por Edna e a participação de Adriel, Erique, Railane, Lavínia, Nívia ...  Os pequenos leitores e artistas leram e cantaram textos dos poetas presentes de forma segura e cômica.  
Da esquerda pra direita: Franklin Maxado, Antonio Barreto, Pilô, Jotacê, Elton Magalhães, Creusa Meira, Rosane Rubim,
Zuzu Oliveira e João Augusto.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CORDEL BAIANO CONTAGIOU A II FELITA

 Entre os dias 21 e 24 de outubro a cidade de Itabuna viveu momentos de agitação cultural  no Centro de Cultura Adonias Filho. Com o tema:  A LITERATURA NOSSA DE TODO DIA, a poeta e atriz, Elisa Lucinda, contemplou a platéia presente com uma palestra, conselhos e muita poesia, na abertura do evento.
 Os três dias seguintes foram recheados de oficinas, lançamentos, recitais, apresentações artísticas, contação de histórias, debates e palestras. O poeta soteropolitano, Douglas de Almeida, realizou uma oficina criativa onde abordou a temática da poesia e da oralidade, de Gregório de Mattos à Paulo Leminski. O escritor, João Filho, de Bom Jesus da Lapa, levou os interessados em sua oficina criativa a experienciarem o conto na prática, a partir de leituras e escritas.
 O Espaço Orfeu foi o espaço dos lançamentos: Rodrigo Dias, Paulo Bonfim, Walmir do Carmo, Ulisses Góes, Daniel Thame, CyrodeMattos, Ícaro Emanoel, Waldeny Andrade, Márcio Matos, Victor Hugo Fernandes Martins, Ana Valéria Fink, Alan Oliveira Machado, Samuel Matos e Margarida Fahel foram os autores que presentearam seus leitores com autógrafos e bate-papo sobre seus livros e processos de criação literária.
 Lourival Piligra, professor e poeta, discorreu sobre o escritor como fundador de mitos para uma platéia atenta ao tema e logo em seguida assistimos a um espetáculo de dança em homenagem à obra de Adonias Filho.  O trágico na obra desse escritor foi o tema do debate entre os professores e escritores Jorge de Souza Araujo e Aleilton Fonseca, mediado pela professora Silmara Oliveira com intervenções do escritor itabunense Cyro de Mattos contribuindo para uma maior compreensão do debate e até questionando a verossimilhança de um carcará, típico gavião nordestino, poder carregar uma criança, apontando esta como uma falha na obra de um escritor perfeccionista.
 A Literatura de Cordel teve destaque com a criação da Praça do Cordel Azulão Baiano em homenagem à este repentista grapiúna que, apesar de ter perdido a visão, continua exigente e produzindo seus versos ao som de uma viola bem afinada. Diversas bancadas foram instaladas nas laterais de um palco onde ocorreram musicais e saraus. Franklin Maxado Nordestino, de Feira de Santana, palestrou sobre a importância da Literatura de Cordel para a literatura brasileira e lançou diversos folhetos; a poeta e atriz ilheuense, Janete Lainha atuou como mestre de cerimônias e declamadora sedutora; Luiz Natividade, alagoano de Junqueiro, realizou uma oficina de xilogravura e lançou o folheto ilustrado: O CORDEL DA XILOGRAVURA; Jotacê Freitas, de Senhor do Bonfim, fez uma oficina criativa para jovens, participou do debate sobre A FORMAÇÃO DE LEITORES E A LITERATURA DE CORDEL, com a Profª Glória de Fátima da UESC e PROLER, mediado pelo também Profº da UESC Ricardo Dantas, e lançou a coleção RECORDELIZAR É VIVER.

 Na Praça do Cordel Azulão Baiano, Gilton Silva Thomaz, natural de Ilhéus, apresentou sua obra cheia de humor e filosofia; Romildo Alves, o garotinho do cordel, veio de Feira de Santana, satirizando a moda da momento, o ‘whatsapp’; e Carlito V. da Mata,veio de Ibicaraí, com Pensamentos e Verdades em Gotas de um Caipira.
 Por fim, numa preocupação com a formação de leitores, foi criado o espaço infanto-juvenil LETRAS QUE VOAM. Atividades como: Roda de Leitura, Jogos Educativos, lançamento de livros infantis, desenhar e colorir, além da dupla de palhaços, animadores e contadores de histórias Tutty e Zalton, d’A Fórmula de Histórias.
 No encerramento da II FELITA, o presidente da FICC – Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, Roberto José, e o curador da feira, Gustavo Felicíssimo, anunciaram a realização da III Felita já no primeiro semestre de 2016, provavelmente com uma mudança no nome, para Festa ou Festival, mas com o mesmo empenho e objetivo, mostrar que a terra dos escritores é também uma terra de leitores.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

CORDEL NA FEIRA LITERÁRIA DE ITABUNA - II FELITA

 Itabuna, terra de Jorge Amado, será mais uma vez invadida por livros, escritores e leitores na II FELITA - Feira Literária de Itabuna que ocorrerá no Centro de Cultura Adonias Filho, de 21 a 24 de outubro. A realização é da Prefeitura de Itabuna e da FICC - Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, a curadoria é do poeta e editor Gustavo Felicíssimo. Autores de reconhecimento nacional estarão presentes fazendo lançamentos, realizando oficinas, palestras e debates.
O cordel estará presente na sexta-feira, dias 23, com uma Oficina de Xilogravura ministrada pelo artista plástico Luiz Natividade; uma Oficina Criativa de Cordel Pedagógico e um debate sobre a importância do cordel na formação de leitores, com o poeta Jotacê Freitas; e, uma palestra com o poeta e pesquisador Bráulio Tavares que falará sobre a importância do Cordel na Literatura Brasileira. Na oportunidade, Jotacê Freitas, lançará a coleção RECORDELIZAR É VIVER com 5 folhetos que abordam a história do Brasil contemporâneo nos últimos 15 anos.
Para mais informações visite o endereço: http://feiraliterariadeitabuna.com.br/

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

MAXADO NORDESTINO NA WEB


Franklin Maxado Nordestino, o múltiplo artista feirense, bate um papo sobre a Literatura de Cordel com o poeta e professor, Elton Magalhães, no seu blog: O CORDEL NA WEB. Clique na imagem para ler o texto.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ALVINHO DO RIACHO, UM AMANTE DO CORDEL

FOTO:https://www.facebook.com/alvinho.doriacho
Aliado da Tropicália, indisciplinado por Glauber, filho da poesia de mimeógrafo - panfletária com cunho psicoantropicosociológico, neologista visual que 'alegrou o desespero com as cores da alegria', Álvaro é um mentor odisséico. Com sua voz tranqüila filosopoetava rindo de tudo como um sátiro louco. Peças, canções, poesias, petições, ironias e silêncios.

“AFIANDO MINHA VIOLA
NUM ASSUNTO MUITO URGENTE
EU FAÇO A MINHA MAROLA
PRA IMITAR O REPENTE
 MOSTRAR A ESSA GENTE
QUE ARTE, CULTURA E ESCOLA
NÃO PODE VIVER DE ESMOLA”

Mestre por natureza, aliou-se ao saudense grupo Almart dando vida aos personagens e seus discursos verborrágicos e cifrados de realidade nua e lúdica. Posou para fotos míticas e sentimentais. Desenhou metáforas e alucinações. Escreveu também cordéis e até criou uma forma de estrofe que tanto pode ser lida do primeiro ao último verso, como do último ao primeiro. Promovia a função pedagógica do cordel e até participou da elaboração de um projeto educacional com o Grupo Atuar.

“ARTE E EDUCAÇÃO
ANDAM SEMPRE DE MÃOS DADAS
SE HÁ UMA SEPARAÇÃO
ALGUÉM SE PERDE NAS ESTRADAS
ASSIM A SAPIÊNCIA
VAI VIRANDO IMPRUDÊNCIA
A ÉTICA VIRA PIADA”

Em sua homenagem foi fundado um novo grupo teatral em Senhor do Bonfim, o CITEAR – Circo-Teatro Alvinho do Riacho, com sede anexa à Sociedade Filarmônica, no aprazível bairro da Gambôa. Parabéns aos dirigentes e à trupe que comandou a programação em homenagem ao espaço cultural e ao homenageado Álvaro do Riacho, o Alvinho Perez, o Biro.

“A VOCÊS MUITO OBRIGADO
ENFIO MINHA VIOLA NO SACO
POIS CUMPRI COM MEU RECADO
ACREDITANDO EM MEU TACO
EDUCAÇÃO É MÃE É SENHORA
NÃO DÁ PRA FICAR NA ESCORA
A HORA SE FAZ AGORA.”

Desde o dia 21, sexta-feira passada, até o próximo domingo, 30 de agosto de 2015, uma intensa e diversificada programação com música da Filarmônica e Banda Prosopoetas; recital; dança e oficina; vídeos; fórum sobre política cultural; teatro; encontro de artistas da Região do Piemonte Norte da Bahia; e até um improvisado forró com o licor da casa do Alvinho.
Familiares e amigos prestigiaram o emocionante evento em que diversas gerações se encontraram com saudade do grande amigo e companheiro de lutas e risos.

“ESTE CORDEL VENTUREIRO
QUE LHES MOSTRO COM TERNURA
É GARANTIA DA FORÇA
DE UMA RICA CULTURA
ONDE MANDA A EMOÇÃO
QUE ENVOLVE O CORAÇÃO
DESTA LINDA CRIATURA”

No folheto MINE CENAS AO CANTO DUM TROVADOR, lançado no sábado, o poeta Zaia, parceiro de Alvinho neste texto, divulga o seu pensamento político anárquico sobre a cultura, defendendo a prática da “ARTE DA REQUENGUELA”:
“A arte da  requenguela ou estética da requenguela faz parte da realidade de muitos artistas e grupos amadores. O grupo teatral  Almart, com sede na cidade de Saúde-Bahia, atuou na década de 1990, com apresentações na capital e nos  territórios do semiárido baiano, tornando esse pensamento uma ação real.  A metodologia consiste na criação e execução de projetos artísticos da cultura popular utilizando-se dos mecanismos, técnicas e modos operantes de maior simplicidade - seja na criação poética ou na produção de livros artesanais; na encenação; cenários; figurinos; iluminação etc.
Este pensamento e prática estão presentes de forma erudita na obra do poeta Alvinho do Riacho (Álvaro Perez), que desde a década de sessenta do século XX, aprimorou e revisou como esteio de sua poética que pode ser identificada no filme CACHOEIRA, rodado em parceria com Ney Negrão. O Grupo teatral Almart, montou na íntegra algumas peças teatrais dirigidas pelo próprio Alvinho do Riacho que partia sempre do princípio da emoção em lugar da razão.”

Obs.: os versos aqui mostrados compõem o folheto acima citado.

41º FESTIVAL DE VIOLEIROS DO NORDESTE

Um dos mais respeitados festivais de repente do Brasil ocorreu neste sábado na cidade de Feira de Santana. Clique na imagem para saber mais detalhes.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

CORDEL BAIANO PARA AS CRISES!

Recordar é viver 3. Não tenho palavras... tudo é tão atual e ao mesmo tempo o reflexo do mal feito no passado.


terça-feira, 14 de julho de 2015

CORDEL BAIANO PARA O VELHO CHICO

Recordar é viver 2. Antes tínhamos medo do Velho Chico secar com a Transposição, mas está secando antes mesmo dela. Lá se vão 10 anos de águas sob as pontes...

domingo, 12 de julho de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

CORDEL BAIANO CONTRA O MOSQUITO!

Recordar é viver! Antes apenas a dengue nos assustava, agora o mesmo mosquito transmite mais três males: zica, chikungunya e síndrome guillain-barré. Haja sangue!
Clique na imagem para ler o cordel.

terça-feira, 16 de junho de 2015

CORDEL BAIANO CONTRA A INTOLERÂNCIA

Mais uma vez o poeta Elton Magalhães demonstra suas qualidades poéticas em favor das minorias. Seu novo cordel está disponível no blog O Cordel na Web. Basta clicar na imagem para confirmar.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

CORDEL BAIANO NA ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES

Será lançado dia 2 de junho, às 14horas, no Fiesta Hotel, durante a Assembleia dos professores da Rede Municipal, o livro CORDEL POLÍTICO PEDAGÓGICO. Clique na imagem para mais detalhes.
O livro será comercializado a R$ 20,00.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

CORDEL BAIANO É DESTAQUE NA EDUCAÇÃO

O poeta e professor, Sérgio Bahialista, Mestre em Educação, foi destaque neste dia 14/5 no jornal A TARDE, falando de sua experiência com o cordel em sala de aula. Leia a matéria clicando na foto abaixo.

terça-feira, 14 de abril de 2015

MAIS CORDEL NA NET


O cordel ganha um novo espaço na rede mundial de computadores.  O poeta Elton Magalhães lançou dia 13 de abril o blog 
Faça uma visita e inclua nos favoritos, basta clicar na imagem.

segunda-feira, 30 de março de 2015

SETE VERSOS, SETE BAIRROS - 466 ANOS DE SALVADOR

Uma iniciativa positiva para o cordel foi apresentada ao público no aniversário dos 466 anos da nossa capital na contracapa do jornal CORREIO, caderno 466*. Trata-se de 7 septilhas escritas por jovens de 7 bairros de Salvador participantes das oficinas de Cordel conduzidas pelo cordelista e poeta Luar do Conselheiro. Os versos contemplaram as paisagens, costumes e personalidades dos bairros de Itapuã, Lapinha, Cidade Baixa, Bairro da Paz, Cajazeiras, Pelourinho e Alto das Pombas. Mais detalhes no endereço: 

Conheça a vida e obra do poeta clicando abaixo:

sábado, 28 de março de 2015

DENI DE AMÁLIA CHEGANDO AO INFERNO!


Peço licença aos amantes do cordel para homenagear Deni - Barreto, Di Amália e Daniel - falecido dia 27/03, na cidade de Senhor do Bonfim, Sertão da Bahia. Cantor e compositor, Deni deixou um repertório de canções importantes para a formação da identidade cultural bonfinense. Lançou em 1995 uma fita K7 com 10 faixas, intitulada Nada Igual que logo em seguida foi lançado em CD. 

Deni di Amália é do Sertão Bonfinense, Norte da Bahia, onde aliou a  tradição junina à sofisticação da Bossa Nova, foi premiado nos festivais Sacramentinas 72, Canta Bahia 96 e Edézio Santos, em Juazeiro, 2002. 
Seus últimos acordes foram realizados em parcerias com André Bartilloti. As músicas estão registradas em estúdio e em breve serão lançadas em CD com um grupo que ele denomiva: A ISCA. Abaixo um poema em memória de Deni di Amália:


DENI DE AMÁLIA CHEGANDO AO INFERNO!

O menino Daniel,
Filho do mestre Barreto
E de Dona Amália Linda,
Viveu sem muito acerto;
Do Cariacá ao Rio,
Cantou tudo o que viu
E deixou o seu acervo.

Nada Igual ao que se ouvia
No repertório geral.
Era um meticuloso,
No palco não tinha igual.
Bossa Nova, MPB,
O Forró do ABC,
Com elegância total.

Amante imoderado
De cachaça e de mulher,
Cantou pra muitas amantes,
Bem-me-quer e malmequer.
Nas cordas do violão
Amarrou o coração
Atando as mãos e os pés.

Era temente a Deus,
Mas provocava os fiéis.
Dizendo ser uma mulher
O Senhor dos carrosséis.
Quem ficava indignado
Dizia que era pecado
E contra a lei dos papéis.

Sem prumo e desnorteado,
Deni era um peregrino,
Sua cruz era a viola,
Andarilho sem destino.
Perambulou pelo mundo
Como artista vagabundo,
Cantador desde menino.

Sem prato e sem patrão,
Vivia de fantasia,
Sonhando em ser Barão
No reino da melodia.
Foi um pássaro humano
Que entre acertos e enganos,
Respirava a poesia.

Um mendigo luxuoso,
Um nobre puído e bom.
Cavaleiro cervantino
Que não perdia o tom.
Era um filho legítimo
Da harmonia e do ritmo,
Sem violência, só som.

Sabedor de que vida
Era frágil e era vã,
Ele acendia a esperança
Logo cedo de manhã.
A canção atropelada
Será pra sempre lembrada
De Bonfim a Itapuã.

Deni minguou em Bonfim
‘A terra do bom começo’
Como um Orfeu, como um Dante,
No Inferno aos tropeços.
Viajou no Trem da Grota
 E o tempero da Cocota
Foi bom de lamber os beiços.

Salvador, 28 de março de 2015.
Mais videos com Deni no endereço:
https://www.youtube.com/channel/UCmV3keM80EpbVnGPQi8Gy0A 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

CORDEL BAIANO PARA A FESTA DO BONFIM

O poeta, Elton Magalhães, está participando de um projeto com o jornal *CORREIO escrevendo belos cordéis sobre nossas festas populares. A iniciativa merece destaque pois estes eventos precisam ser compreendidos como expressão do povo. A Literatura de Cordel é uma tradição que resiste no Século XXI como linguagem literária autônoma e com a função divulgadora de fatos e opiniões.
Clique aqui para ler o texto do poeta que possui o elã necessário para exaltar a cultura da terra que tanto ama.


Publicado em 16.01.2015 - *CORREIO 



Bom de briga e de debates, Elton, como bom cabra-da-peste, não deixou barato o preconceito contra os nordestinos. Clique no vídeo ao lado e assista sua declamação do poema: TEM GENTE QUERENDO SEPARAR O NORDESTE DO RESTO DO BRASIL!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

VIVA JOÃO UBALDO RIBEIRO!

Foi um evento bastante concorrido entre os moradores de Itaparica. Visitantes, turistas e convidados também marcaram presença junto com os familiares, amigos, personagens e  colegas de João Ubaldo. O jardim e os muros da BJMJr foi ocupado elegantemente em torno do busto do escritor que foi descerrado pela esposa Berenice e as filhas Chica, Emília e Manuela, a quem o livro é dedicado, pela organizadora da antologia Dalva Tavares Lima. "VIVA O POVO BRASILEIRO E JOÃO UBALDO RIBEIRO é uma antologia inédita com uma centena de textos produzidos por diversas celebridades do mundo literário e artístico baiano e brasileiro, além de um “álbum de arte” com reproduções de 7 obras expostas no saguão da biblioteca.
                      
 O grande atrativo do livro são os depoimentos, crônicas, análises e poemas de autores de várias gerações que vão de íntimos confrades e compadres até simples leitores de suas obras. O cordel baiano foi contemplado com a inclusão de dois textos, um de Jotacê Freitas, publicado anteriormente, e  TRIBUTO A JOÃO UBALDO RIBEIRO, de Carlos Silva, poeta, cantador e compositor: [...]
“João escreveu histórias
Com muita diplomacia
Citando em suas obras
Satisfação e alegria
De levar sempre pro mundo
O nome da nossa Bahia.[...]

Palavras de João Deixadas
Indicando as trajetórias
Iremos sempre guardar
Dentro de nossas memórias:
‘Enquanto houver quem ouça

Haverá quem conte histórias’.[...]”

Recheando ainda mais a homenagem, Maysa Miranda, poeta e cordelista, professora mestre em linguística, que tem ótimas parcerias com Bule-Bule e Val Macambira, produziu e lançou o folheto: O HOMEM QUE VIU O SORRISO DO LAGARTO E DISSE VIVA O POVO BRASILEIRO:
“[...] João Ubaldo sempre foi
Carpinteiro literário
O mundo inteiro leu
E seguiu o itinerário
Da Ilha de Itaparica
Seu mais belo cenário.

Ele era popular
Conhecia Deus e o Mundo
Pescador e diplomata
Ocupado e vagabundo
Quando estava num lugar

Ele ia até o fundo.[...]”

Teremos saudades dos aniversários do “João” todos os anos na Biblioteca. As fotos expostas trouxeram boas recordações do bom humor e da genialidade do Itaparicano mais amado do mundo. Mas a homenagem póstuma manteve a mesma alegria e diversidade das festas de aniversário. Após declaração emocionada da diretora da Biblioteca, Dalva Tavares, e o descerramento do busto, Maysa leu o seu cordel com a voz embargada e nervosa por estar diante dos familiares e amigos íntimos de João. Carlos Betão entrou em seguida para apresentar trechos do monólogo Sargento Getúlio, adaptado e dirigido por Gil Vicente, também presente ao evento. Walter Queiroz, bem descontraído, cantou, contou causos e imitou João Ubaldo, animando a plateia que sorria como se tivesse feito parte daqueles fatos. João nos dava, através de sua escrita, a sensação de que estávamos ali ao lado dele visualizando a cena palavra por palavra e ouvindo a sua voz gutural.
Após os agradecimentos de Berenice, viúva de João Ubaldo Ribeiro, aos presentes e aos distantes, a banda Caboco Capiroba, animou a plateia com um som tipicamente brasileiro e envolvente.   

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

CORDEL BAIANO PARA UM BOM BAIANO

 Será neste sábado, dia 10 de janeiro, mês em que completaria 74 anos (23/01/1941), a homenagem póstuma a João Ubaldo Ribeiro, na Biblioteca Juracy Magalhães Jr., em Itaparica, terra amada e cenário das obras do escritor. Tradicionalmente a BJMJr comemorava os aniversários de João Ubaldo com grande festa e fotos destes eventos serão expostas juntamente com obras de arte de diversos artistas plásticos, descerramento de um busto por familiares, trechos da peça Sargento Getúlio com Carlos Betão, lançamento de uma coletânea com textos em diversos gêneros homenageando João Ubaldo e o lançamento do cordel de Maysa Miranda: "O HOMEM QUE VIU O SORRISO DO LAGARTO E DISSE: - VIVA O POVO BRASILEIRO!"
Li o seu último livro: O ALBATROZ AZUL e me encantei com a descrição de um parto e a morte do protagonista Tertuliano, talvez o prenúncio do que viria a acontecer. Quando fui convidado a participar da antologia recorri a estas imagens e, no pequeno espaço destinado, escrevi estas décimas em homenagem a este escritor que tanto me entreteve e ensinou a amar o meu país e o povo brasileiro:
"JOÃO UBALDO EVANESCEU NAS ASAS DE UM ALBATROZ

O tédio das escrituras
E do papo literário
Deixavam ele aflito
Um palhaço involuntário
Para fazer gargalhar
Ou simplesmente pensar
No tempo em que viveu
Como crítico feroz
Do real que ensandeceu
Numa rotina veloz.

Nunca lhe faltava assunto
Em um dia ensolarado
Ou na sala enfumaçada
Sentado em frente ao teclado.
O povo de Itaparica
Que bebe água da bica
Faz parte do mundo seu
É nascente e é foz
De tudo o que escreveu
Sem fardões ou paletós.

Sem sentido seu Setembro
De Sargentos e Outros Povos
Vila Real é quem manda
O Cruel quebrar os ovos
Viva o Povo Brasileiro
Sempre um Sorriso matreiro
A Vingança aconteceu:
Berlim de Feitiço algoz
Arte e Ciência e Deus
A Miséria veio a nós.

Sem saber se há outra vida
Ou a mesma de outra forma
Quando morremos partimos
Ou nossa alma retorna?
Ele ria até da morte
E nunca ligou pra sorte
Que dele não se esqueceu
Nem de seus pais e avós
João Ubaldo evanesceu
Nas asas de um Albatroz.


 Jotacê Freitas, setembro 2014.